A diretoria do Complexo do Pecém (CIPP S/A) participou nesta terça-feira, 30, de uma reunião virtual para discutir o potencial do Ceará na atração de investimentos relacionados ao chamado Hidrogênio Verde (H2V). Durante o encontro, que teve participação de empresários do setor produtivo, representantes de órgãos públicos e de sindicatos, além de especialistas do setor de energias renováveis, foi detalhado o planejamento para a implantação, nos próximos anos, de um HUB de H2V na área do Complexo do Pecém.
Lançado em meados de fevereiro pelo Governo do Ceará, em parceria com o Complexo do Pecém, Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e Universidade Federal do Ceará (UFC), o HUB de Hidrogênio Verde, que visa criar uma cadeia de produção e distribuição de Hidrogênio a partir de energias renováveis, é tratado como prioridade no plano de negócios do Complexo do Pecém (CIPP S/A), segundo destacou a diretora comercial do Complexo do Pecém, Duna Uribe. “Trata-se de um pilar da nossa estratégia de desenvolvimento para os próximos anos”, destaca.
Segundo Duna, o Complexo do Pecém já identificou uma área de 200 hectares com potencial para a produção de Hidrogênio, com capacidade de eletrólise (processo químico no qual se obtém o H2V) de 5 gigawatts (GW). Conforme projeções, caso seja instalado nesta área, o HUB de Hidrogênio Verde do Ceará teria capacidade para produzir, anualmente, cerca de 900 mil toneladas de H2V.
“A vocação do Ceará é se tornar um player global na produção, exportação e distribuição de Hidrogênio Verde para uso nos diversos setores da economia, tais como a indústria e meios de transporte, contribuindo com a redução dos níveis globais de CO2 e com o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e ambiental do Ceará”, diz a diretora comercial do Complexo do Pecém.
Duna lembra, ainda, que o fato de o Porto de Roterdã ser um dos acionistas do Complexo do Pecém (CIPP S/A) oferece outro grande diferencial competitivo ao Ceará, pois traz o know-how do maior porto da Europa, que já se prepara para operar o H2V em um futuro próximo. “O Complexo do Pecém (CIPP S/A) está capitalizado e pronto para também investir em infraestrutura, caso seja necessário”, conclui a diretora.
Também participante da reunião virtual, o presidente do Complexo do Pecém (CIPP S/A), Danilo Serpa, lembrou que a utilização do Hidrogênio Verde, como forma de substituir os combustíveis fósseis, já é uma tendência mundial e que isso deve crescer ainda mais nos próximos anos. “Já existem diversos projetos de H2V, mundo afora, com datas definidas para a implantação e produção. Neste cenário, o Ceará sai na frente por conta de dois pontos: primeiro, porque já temos grandes parques de energias renováveis e potencial para muitos outros; segundo, porque temos toda a infraestrutura do Complexo do Pecém”, afirma.
Danilo lembra que o Porto do Pecém, que completou 19 anos de inauguração no último domingo, 28, já possui, atualmente, uma infraestrutura capaz de movimentar 28 milhões de toneladas de cargas por ano, sem que sejam necessários novos investimentos. Segundo ele, em seu melhor ano, o porto cearense movimentou 18,1 milhões de toneladas, o que mostra que ainda há um grande potencial para que novas operações cheguem ao Complexo do Pecém.
“Além do porto, temos a nossa área industrial e a única Zona de Processamento de Exportação atualmente em operação no Brasil (ZPE Ceará). Para coroar, há nossa parceria com o Porto de Roterdã, que está conosco nessa empreitada e oferecerá todo a sua experiência para fazer esse HUB acontecer. Tudo isso nos deixa em um cenário competitivo favorável para transformar o Ceará em um grande condutor e supridor mundial de Hidrogênio Verde. Agora, cabe a nós trabalhar e nos empenhar para tirar isso do papel”, comenta Danilo Serpa.
Presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante reforça que o setor produtivo precisa entender que “o mundo está mudando e que, em breve, não aceitará mais indústrias e produtos provenientes de energias poluidoras”. Segundo ele, o Hidrogênio Verde “é o futuro” e, neste contexto, o Ceará e a região Nordeste de um modo geral, que responde por 88% de toda a geração eólica e solar do Brasil, têm totais condições de se colocarem como grandes players mundiais.
“Estamos em um lugar onde há energia de vento e de sol abundante, além de água do mar para ser dessalinizada. Todas essas condições favoráveis nos tornam imbatíveis em competitividade para atrair empresas deste setor. E lembrando que os investimentos são robustos, envolvendo bilhões de dólares, o que contribuirá fortemente para o desenvolvimento do Ceará”, conclui Ricardo.
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