Casa do Hidrogênio Verde no Brasil, o Complexo do Pecém, representado pelo presidente Hugo Figueirêdo, participou nesta sexta-feira (26), na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), de uma sessão especial sobre as potencialidades do desenvolvimento do H2V no Estado, uma iniciativa do presidente da Alece, deputado Evandro Leitão. Realizado no Plenário 13 de Maio, o debate também abordou o protagonismo do Nordeste na produção de energias limpas e a importância dessa inovação para o desenvolvimento econômico, social e industrial.
“Nós estamos diante de uma oportunidade que acontece uma vez em muitas gerações, que é a de transformar as condições de vida e o desenvolvimento do Estado através das energias renováveis. O Ceará possui uma abundância gigante de energias renováveis, o que faz com que possamos ofertar ao mundo o Hidrogênio Verde, o combustível do futuro, que vai permitir a transição energética com segurança para países da Europa inicialmente, mas também ajudará a desenvolver o mercado interno e atrair mais empresas e negócios para o Estado do Ceará” destacou o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo.
Além do presidente do Complexo do Pecém, participaram do debate o presidente da Alece, Evandro Leitão, que presidiu a sessão; o presidente da Comissão do Hidrogênio Verde no Senado, Cid Gomes; o secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho, que na ocasião representou o governador Elmano de Freitas; o vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina, Jorge Arbache; o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Ricardo Cavalcante; o presidente da Comissão Especial para Estudo sobre Hidrogênio Verde da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE), Amaury Gomes; a senadora Augusta Brito; e o ex-deputado, Eudoro Santana.
O secretário do Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho, alertou sobre o enorme desafio de construir uma legislação necessária que vai ancorar o Hub de Hidrogênio Verde. “A produção desse combustível limpo é uma grande oportunidade para transformar a realidade da vida dos cearenses. É um ciclo econômico que se inicia e que pode colocar o Brasil como protagonista global”, ressaltou.
Presidente da Comissão do Hidrogênio Verde no Senado, o senador Cid Gomes fez questão de destacar que o H2V tem potencial para transformar a realidade não apenas de grandes empresas, mas também de pequenos produtores de energias renováveis. “Essa oportunidade não é apenas para os grandes empresários e para os grandes investimentos, mas para todo o povo cearense. Quero que esteja na lei que uma parcela das compras de energia solar, para a produção do Hidrogênio Verde, seja feita junto ao pequeno gerador de energia, daquele que tem um hectare no Interior. Com isso, eles conseguirão viabilizar financiamento, pois quando há garantia de venda, banco nenhum vai dificultar o acesso ao crédito”, afirmou.
O senador Cid Gomes destacou, ainda, o Complexo do Pecém como a “joia da coroa” do Estado, tendo em vista que é o principal atrativo para o comércio exterior, tanto nas importações, como também em exportações. “O Porto do Pecém sempre foi um instrumento de Estado, de importância fundamental para que efetivamente possamos melhorar a economia e a condição de vida dos cearenses”, disse.
“A Assembleia trouxe essa pauta que irá impactar na vida das pessoas e na economia do Estado, pois se trata de um assunto que certamente será discutido aqui, nos próximos anos, para que seja normatizado. Portanto, é importante trazermos para a Alece pessoas importantes, autoridades que conhecem a área, para que saibamos como o Hidrogênio Verde vai impactar na cadeia produtiva do Ceará, e o que o poder público pensa sobre o assunto. Isso é fundamental para que, em um futuro breve, tenhamos essa pauta contemplada no nosso Estado”, pontuou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão.
Para Jorge Arbache, vice-presidente para o setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina, o potencial do Hidrogênio Verde também vai além da produção para exportação, tendo em vista que o H2V pode ser mais um dos diferenciais competitivos do Estado para captar grandes empresas dos mais diversos setores. “Temos dois caminhos a seguir: exportar e atender a necessidade de quem precisa desse combustível limpo para produzir; e atrair empresas que estão à procura de um lugar para produzir, com energia barata, abundante e competitiva. Estamos falando de grandes cadeias de produção, de negócios modernos e sofisticados, de plantas industriais em setores de alta consumo de energia. Esses caminhos são complementares, não antagônicos”, ressaltou.
Até o momento, o Governo do Ceará, que é acionista majoritário do Complexo do Pecém, já assinou 30 Memorandos de Entendimento (MoU) para a implantação de projetos de Hidrogênio Verde no Pecém, principalmente na área da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará. Três desses Memorandos já evoluíram para pré-contratos, assinados com a multinacional australiana Fortescue; com a AES Brasil; e com as empresas Casa dos Ventos e Comerc Eficiência.
Os pré-contratos já firmados correspondem a investimentos de aproximadamente US$ 8 bilhões. As datas para o início dos trabalhos de instalação são variadas, mas o Complexo do Pecém projeta iniciar a produção do Hidrogênio Verde em 2026, atingindo o volume de 1,3 milhão de toneladas por ano em 2030.
“Estamos nos preparando para receber esses grandes investimentos em um futuro breve. Nosso trabalho é para que essas empresas tenham aqui, no Ceará, o menor custo de produção e distribuição do Hidrogênio e da Amônia Verde, através da infraestrutura que o Porto do Pecém e a ZPE Ceará estão preparando dentro do Complexo do Pecém. Nossa previsão é investir, nos próximos três anos, R$ 1 bilhão para que todas as condições necessárias à operação dessa grande cadeia sejam atendidas”, finalizou o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo.
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