Fortaleza sedia, durante todo o dia de hoje (28), a primeira edição de 2014 da série Diálogos Capitais, promovida pela revista Carta Capital, em parceria com o Instituto Envolverde, para aprofundar a discussão e debater infraestrutura e logística dos portos para o desenvolvimento da região Nordeste. O seminário está reunindo autoridades, gestores e importantes especialistas do setor no Centro de Eventos do Ceará (CEC), dentre eles, o vice-governador do Estado, Domingos Filho, o senador José Pimentel e o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Roberto Smith.
Uma série de debates mediados pelo jornalista Dal Marcondes estão acontecendo desde as nove horas da manhã e prosseguem até no final da tarde no CEC. Smith foi um dos debatedores convidados a participar do painel “Portos: Polos de Desenvolvimento para o Nordeste”. Confira, abaixo, na íntegra, as considerações feitas pelo presidente durante do debate:
“Gostaria de relembrar um pouco a minha trajetória profissional enquanto economista, que trabalhou durante muito tempo em consultoria, em projetos na área de transportes. Como exemplo, fui coordenador dos estudos de demanda da linha leste oeste do Metrô de São Paulo, Terceira Ponte de Vitória etc.
Como resultado dessa vivência tive muitos relacionamentos com técnicos da área e lembro-me com destaque de um companheiro de trabalho que fez parte do GEIPOT, e depois no Ministério de Transportes onde se dedicou a estudos portuários, matéria inclusive que versou sua tese de mestrado.
Um dia, lá pelos idos da década de 90 recebo um telefonema, onde ele me constata a importância que visualizava no projetado Porto do Pecém, que era um ilustre desconhecido no Ministério. Naquela ocasião eu trabalhava numa parte do Plano Diretor do Porto de Mucuripe – Fortaleza, realizando um trabalho difícil de projeção de cargas a serem embarcadas e desembarcadas pelo Porto de Fortaleza, muitas vezes projetando tendências a partir de uma base de dados e informações precárias. Esse trabalho foi um aprendizado onde pude entender que o então futuro Porto do Pecém não seria antagônico ao Porto do Mucuripe, mas sim uma extensão do mesmo.
Obedecia a uma trajetória observada num numero significativo de histórias portuárias, onde um conjunto de requisitos passava a exigir a ampliação do cais e do respectivo retro porto, de forma contígua ou não. Isso ocorria devido a: avanços tecnológicos operacionais, razões ambientais, resolução do estrangulamento da acessibilidade devido ao adensamento urbano no seu entorno e, sobretudo, a adoção de modelos de gestão mais avançados com impacto direto na produtividade e queda dos seus custos operacionais.
De certa forma demorou foi tempo para que houvesse reconhecimento em Brasilia da elevada importância do Porto do Pecém, inserido no sistema portuário do Nordeste e do País, e deixasse de parecer apenas como uma teima de caráter provinciano como eram tratados alguns dos importantes requisitos de estruturação econômica regional…
Para aqueles que acreditaram, convenceram apoiaram e mesmo brigaram para a realidade da implantação do Porto do Pecém, como o Governo do Estado, temos a convicção que o Porto do Pecém e o Complexo Industrial e Portuário do Pecém representam uma decisiva inflexão positiva na trajetória de crescimento econômico e desenvolvimento social do Estado e da Região Nordeste. Num futuro próximo, acredito que haverá um reconhecimento do Ceará no antes e no após Pecem. E não há aqui nenhuma tentativa de elegia ou jogo fácil de palavras. Entendemos que Suape, Bahia e Itaqui acompanham essa mudança de cenários que tendem a projetar os seus portos respectivos reconhecendo o seu papel como abertura logística e comercial universal e na recuperação esperada da nossa cabotagem e presença nacional no longo curso.
Evidentemente Pecém não é Santos, por exemplo. Sua movimentação de carga em 2013 foi de 6,3 milhões de toneladas, em contraposição a Santos que teve desempenho no mesmo ano de 114 milhões de toneladas, algo entre apenas 5 e 6 % do porto inaugurado por Martim Afonso de Sousa como local privilegiado para ancoragem das naus portuguesas. Contudo a evolução de 1,7 milhão de toneladas em 2008 para 6,3 milhões de toneladas colocam em evidencia uma taxa geométrica de crescimento da ordem de aproximadamente 30% ao ano no período e projetam o dobro de carga e descarga até 2015!.
Nossa história colonial nordestina também assistiu a desenvoltura de Recife, enquanto cidade colonial, e seu porto como sendo o hub das importações e exportações. Justificava-se como exploração de vantagens naturais de área abrigada, adensamento econômico açucareiro, e sobretudo a lógica lusitana de evitar o contrabando e controlar a tributação. No Ceará, somamos às dificuldades do semi-árido, a falta de ancoradouros naturais. Fomos e somos uma terra e um mar de desafios. Pecém é um deles.
Vamos deixar claro que não nos referimos apenas ao Porto, mas a todo o Complexo Econômico, do encadeamento que decorre desse processo recente de abertura da economia do Ceará. Mesmo o Porto do Mucuripe é ainda recente. Vem respondendo a um processo de modernização e bom desempenho. Movimentou carga da ordem de 5,0 milhões de toneladas em 2013. Apresenta tendência de crescimento projetado menos intenso do que o Pecém
A semana passada estivemos acompanhados do senador Inácio Arruda em audiência com a presidente Graça Foster da Petrobras. Ela se referiu à importância logística e econômica da Refinaria Premium e o imediato avanço na sua construção no Pecém, cujas evidências já se fazem presentes. O reconhecimento e convicção das virtudes portuárias, segundo ela, foram determinantes.
Contudo, como se sabe, a importância portuária é função da estruturação produtiva e econômica de seu retro porto, e da área de influência que delineia o seu interland. E essa área de influência que estabelece o limite de geração e distribuição de carga é função da sua estrutura logística, e do nível de atendimento das alternativas portuárias existentes e viáveis. Isto significa: tempos de carregamento e descarregamento, frequência e destino das linhas de transporte marítimo etc. Nesse sentido, a extensão da Transnordestina conectada com a Norte – Sul, a partir de Eliseu Martins (Pi), pode significar o concurso dos portos nordestinos no escoamento das safras agrícolas do centro oeste do País.
Pecém é ainda um Porto em fase de montagem. Envolve um complexo de soluções logísticas, como a ferrovia Transnordestina e seu terminal portuário, a construção de ramais destinados ao escoamento da produção mineral, a ampliação de sua estrutura envolvendo o TEMUT, dos berços de atracação, da ponte de acesso, e dos equipamentos de operação como os portêineres etc. Estão previstos investimentos somente na estrutura portuária de R$ 2,3 bilhões até 2017.
Envolve o avanço da implantação de três siderúrgicas no seu retro porto e expansão do setor metalomecânico, e sobretudo da refinaria Premium que começa a tomar forma de realidade;
Envolve, com destaque a presença, da primeira Zona de Processamento de Exportações – ZPE em operação em território nacional, com sua área de 4.271 hectares, que já se encontra alfandegada com a presença da Companhia Siderúrgica do Pecém (Posco; Dankuk; Vale), da Cia. Vale do Rio Doce, e empresas que devem iniciar sua instalação, e outras que aguardam a provável alteração das regras de funcionamento que aumentam de 20% para 40% a possibilidade de virem a atender o mercado doméstico;
Da instalação do Terminal Intermodal de Cargas e da Área de Tancagem, que abrigará a transferência da atual área de tancagem do Porto do Mucuripe;
Do conjunto de empresas que estão instaladas e das empresas que se encontram em processo de instalação ou estudos nesse sentido, e que vem buscando o CEDE e a ADECE para reserva de área e obtenção dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado e pela SUDENE.
Da necessária remoção da instalação da unidade embarcada de regaseficação de GNL para terra firme;
Da projetada implementação do Anel Metropolitano interligando os dois portos sem adentrar o tráfego urbano de Fortaleza;
Da expansão do agronegócio envolvendo a fruticultura e indústria de sucos, com destaque para o caju, e as transformações decisivas que vem sendo concebidas para o setor.
Da expansão industrial e dos esforços em inovação e aptidão profissional que projetam o Ceará enquanto destaque na produção calçadista;
Da expansão do setor mineral e de sua transformação industrial envolvendo calcário, cimento, fosfato, yelow cake e cadeia produtiva do enxofre, ferro, assim como o esperado avanço na exploração de pedras ornamentais, grafite, silício e outros minerais e sua consequente transformação industrial, com potencial de exploração e geração de valor agregado;
Da presença das termoelétricas já instaladas e do embasamento para o melhor equacionamento da estocagem e transporte dos implementos de montagem dos parques eólicos;
Da finalização dos estudos de viabilidade do futuro aeroporto de carga e passageiros em São Gonçalo do Amarante;
Do reforço hídrico em decorrência do Cinturão das Águas com amplo poder de recarga dos reservatórios e açudes existentes;
Da integração dos Planos Diretores dos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante;
Da ampla dotação de ensino técnico e profissionalizante em todo o Estado e em particular na área do Pecém;
Da integração com a sociedade através do Pacto do Pecém liderado pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, e do Conselho de Representantes do CIPP.
Da saúde financeira do estado do Ceará que permite ser um dos primeiros estados da federação em capacidade de investimento, em termos absolutos.
Esse é pois um quadro que expõe e projeta o intenso dinamismo econômico do Ceará. Na Agencia de Desenvolvimento do Estado do Ceará, como um braço de atração de investimentos do Governo do Estado nos colocamos a disposição dos investidores que como nós acreditam e confiam em resultados. Obrigado”,Roberto Smith.
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