Artigo: Ceará na ponta em novo mapa industrial do Brasil

*Por Fábio Ferreira Feijó, presidente da ZPE Ceará

O ano de 2024 marcou a economia cearense. Segundo o Ipece, a indústria do Estado cresceu 10,65%, superando a média nacional (3,1%) e ultrapassando São Paulo, que cresceu apenas 3,1%. Enquanto o Ceará expandia setores da indústria de transformação, São Paulo, histórico líder industrial, teve crescimento mais modesto.

O avanço, o maior desde 2010, consolidou o Estado entre os líderes nacionais, à frente de Santa Catarina (7,7%) e Minas Gerais (2,5%). Destaque para produtos têxteis (+29,3%), metalurgia (+28,4%), confecção de roupas (+20,1%), calçados (+18,3%) e produtos de metal (+15,1%). Essa mudança na geografia industrial brasileira mostra o dinamismo do Ceará na atração de investimentos e crescimento sustentável.

O Relatório de Política Monetária do Banco Central (março de 2025) afirma que o Brasil enfrenta uma inflação de demanda, com consumo aquecido e oferta pressionada. Nesse cenário, quem produzir mais, com maior eficiência e tiver custos competitivos ganhará mercado. O Governo do Ceará aproveitou essa oportunidade com políticas públicas eficazes e incremento de infraestruturas como a do Porto do Pecém e a da ZPE Ceará, essenciais para atender à demanda nacional.

O Complexo Industrial e Portuário do Pecém teve papel crucial. Em 2024, movimentou 19,6 milhões de toneladas (+13%), com a ZPE respondendo por 10,5 milhões, tornando-se a mais ativa do Brasil. O crescimento beneficiou siderurgia, alimentos e energias renováveis. Além disso, o hub de hidrogênio verde pode elevar o PIB do Ceará em 24,2% (McKinsey), impulsionado por investimentos e geração de empregos.

Já a ZPE Ceará sustenta um crescimento industrial sólido, atraindo investimentos e fortalecendo a participação global do Estado. Esse diferencial permite ao Ceará competir não apenas em taxa de crescimento, mas também em eficiência industrial.

Para o empresariado, os dados de 2024 mostram um estado preparado para liderar e inovar. O ambiente favorável aos negócios e infraestrutura fortalecem o setor, fruto de estratégias iniciadas nos governos de Cid Gomes, ampliadas por Camilo Santana e Isolda Cela, e que agora avançam mais sob a liderança de Elmano de Freitas, como a articulação com o Governo Federal para concluir a ferrovia transnordestina e o polo automotivo (elétrico e híbrido) de Horizonte e o mega datacenter verde e na futura ampliação do hub siderúrgico – os dois últimos situados na ZPE do Ceará.

Embora São Paulo siga relevante, os dados de 2024 mostram que a indústria brasileira tem um novo eixo de crescimento. Com 10,65% de expansão industrial, o Ceará assume protagonismo e aponta para um modelo mais equilibrado e competitivo.